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文档简介
ZAMPA Vivian Cristina da Silva Mestrando na UERJ LITERATURA E MORAL COMUNISTA NO ARQUIVO P BLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Um dos meios para compreendermos como a moral do militante comunista foi sendo constru da a observa o das leituras que eram estimuladas pelo partido no sentido de armar o militante com uma teoria direcionada para a edifica o da sociedade comunista Esse artigo tem por finalidade fazer uma an lise dos livros e folhetos apreendidos pela pol cia at o ano de 1958 custodiados no Arquivo P blico do Estado do Rio de Janeiro Atrav s de livros e folhetos de propaganda sobre a Revolu o Russa sobre a maneira de se viver na Uni o Sovi tica sobre o papel desempenhado pela juventude pelos oper rios e pela mulher russa sobre a educa o sovi tica e sobre as campanhas mundiais os comunistas brasileiros criavam referenciais de realidade para a sua conduta que ultrapassavam as teorias vagas e imprecisas acerca das mudan as desejadas na sociedade Seguindo este modelo de constru o de uma identidade comum universal em sua ess ncia o Partido Comunista do Brasil criou uma estrat gia de divulga o de condutas exemplares exemplos de militantes que abriram m o de sua vida para uma dedica o exclusiva s causas do partido e da revolu o Ao contar a hist ria de um militante que deu seus pulm es a causa partid ria Jorge Amado inicia seu texto da seguinte forma Desculpa mas necess rio contar porque o exemplo dos militantes a reserva moral do Partido tamb m a sua hist ria dos sacrif cios dos militantes que o Partido se alimenta 1 O militante Domingos Marques a quem o autor chama de vermelhinho foi um dos que tentaram organizar o partido no per odo de ilegalidade da d cada de 1940 anterior anistia de 1945 Segundo Jorge Amado nesse processo o vermelhinho n o parava de trabalhar no intuito de levantar a dire o do partido de colocar em funcionamento sua m quina partid ria de reproduzir material clandestino e distribu lo Eis que chegou o inverno de S o Paulo mido reclamando do alimento para os corpos descanso nas noites cortando com sua neblina os peitos fracos 2 Esse inverno comeu um pulm o do vermelhinho que mesmo escarrando sangue n o parou de trabalhar pois tinha uma tarefa e a cumpriu Atrav s de seu trabalho junto com outros militantes Vermelhinho conseguiu reerguer a dire o do partido Ap s a vit ria seus companheiros mandaram no descansar nos bons ares de Campos do Jord o Contudo antes de viajar chegou a 1Jorge Amado Homens e Coisas do Partido Comunista p 25 2Id Ibidem p 26 not cia de que a dire o do partido ca ra novamente em S o Paulo Vermelhinho n o vacilou arrumou sua mala e voltou E em meio a outro inverno paulista perdeu seu outro pulm o primeiro f ra o pulm o direito agora tinha sido o pulm o esquerdo Mais pulm es houvesse mais pulm es o vermelhinho daria ao Partido E foi curar se depois mas ah N o em sanat rios nem em climas pr prios de ar puro e condi es higi nicas Para os militantes na ilegalidade os sanat rios como as universidades eram as salas das pris es as celas imundas os infectos por es Foi na cadeia que vermelhinho descansou 3 Hist rias como a de vermelhinho eram reproduzidas pelo partido organizando uma galeria de modelos que junto s leituras sobre a vida sovi tica bem como de cursos oferecidos pelo partido e ou na Uni o Sovi tica moldavam um determinado car ter e as aspira es dos militantes A Divis o de Pol cia Pol tica e Social4 durante sua vig ncia apreendeu um total de 277 folhetos5 Dentre esses selecionamos uma lista com um total de 54 que fazem men o expl cita aos exemplos que deveriam ser seguidos pelo PCB tanto com rela o organiza o futura da sociedade quanto vida de determinados militantes Na amostragem analisada a delimita o temporal vai do in cio da DPS 1944 at 1958 recorte cronol gico do presente trabalho tendo sido exclu dos os folhetos que tratam dos estatutos do partido e dos informes acerca de determinadas resolu es Um primeiro conjunto formado por quatorze 14 folhetos que fazem men o Uni o Sovi tica Os folhetos destacados relatam as experi ncias econ micas obtidas sobretudo atrav s dos planos q inq enais das decis es sobre a sa de p blica principalmente com refer ncias Constitui o promulgada por St lin em 19366 sobre literatura e arte dentro da pol tica do realismo socialista bem como das figuras centrais do PCUS L nin e St lin enquanto modelos a serem seguidos pelos militantes 3 Jorge Amado Op cit p 26 4 No per odo de 1944 a 1962 a Divis o de Pol cia Pol tica e Social DPS foi encarregada do controle das atividades comunistas Sua estrutura era formada em duas frentes o servi o de investiga es atrav s do Setor de Investiga es Trabalhistas respons vel pela investiga o das atividades dos membros do Partido Comunista no meio oper rio e o Arquivo Geral respons vel pela coleta e o processamento das informa es 5 De acordo com o levantamento do Arquivo P blico do Estado do Rio de Janeiro que possui a cust dia da documenta o das pol cias pol ticas 6 Ao promulgar a Constitui o de 1936 St lin afirmou que pela primeira vez o pa s teria atingido as caracter sticas necess rias ao socialismo Um segundo conjunto comp e se por oito 8 folhetos relativos aos militantes do PCB tidos como exemplo para os demais partid rios Dentre os oito folhetos cinco tratam de Luiz Carlos Prestes7 e um deles de Olga Ben rio8 As refer ncias a Prestes retratam a constru o de 7 Luiz Carlos Prestes nasceu em Porto Alegre em 1898 rf o de pai Prestes ingressou na carreira militar mudando se para o Rio de Janeiro onde estudou no Col gio Militar e na Escola Militar de Realengo Com 22 anos de idade diplomou se engenheiro Militar sendo o melhor aluno da turma Sua carreira militar foi bastante curta de 1920 a 1924 quando atingiu a patente de capit o do Ex rcito Desde 1921 come ou a participar do movimento da jovem oficialidade militar conhecido como tenentismo Participou da prepara o do levante no Rio de Janeiro Ap s a derrota do movimento foi transferido para o Rio Grande do Sul para inspecionar a constru o de quart is Todavia continuou envolvido na conspira o tenentista Coma revolta de 1924 em S o Paulo e a retirada dos rebeldes paulistas para o Paran a prepara o do levante ga cho ganhou impulso Em outubro de 1924 teve in cio a revolta de v rias unidades militares no Rio Grande do Sul Prestes dirigiu o levante do 1 Batalh o Ferrovi rio de Santo ngelo do qual os soldados formaram a maior parte dos integrantes da coluna rebelde que ficou conhecida como Coluna Prestes O movimento atravessou 13 estados do Brasil percorrendo cerca de 25 mil quil metros em sua maioria a p Por mais de dois anos marcharam pelo interior do Brasil e na Bol via Com o fim do movimento ficou exilado na Bol via e na Argentina onde teve contato com as obras de Marx Engels e L nin nessa poca j havia sido proclamado Cavaleiro da esperan a Em 1931 Prestes partiu com a fam lia para URSS ode foi contratado como engenheiro O contato com a realidade sovi tica contribuiu para que se tornasse comunista Em 1934 foi aceito pelo PCB regressando clandestinamente para o Brasil Em mar o de 1935 foi nomeado presidente de honra da ANL Com a derrota do movimento iniciou se um per odo de grande repress o Prestes foi preso em mar o de 1936 junto com sua companheira a comunista alem Olga Ben rio sendo condenado a mais de 47 anos de pris o Em 1945 com o final da Ditadura do Estado Novo conquistou a liberdade junto com outros prisioneiros pol ticos Saindo da pris o com enorme prest gio popular engajou se na campanha de legaliza o do PCB Com o partido na legalidade concorreu nas elei es de 1945 sendo eleito Senador pelo Rio de Janeiro e deputado por v rios estados da Federa o Em 1947 com o PCB posto na ilegalidade mias uma vez Prestes ingressou na clandestinidade que o isolou por quase dez anos Com o golpe militar de 1964 foi obrigado a viver novamente na clandestinidade Faleceu em 1990 no Rio de Janeiro Anita Leoc dia Prestes A Coluna Prestes S o Paulo Brasiliense 1991 Lu s Carlos Prestes e a revolu o socialista no Brasil Cultura Vozes N 2 Petr polis mar abr 1993 8 Olga Ben rio nasceu na Alemanha em 1908 Com 16 anos de idade militou na Juventude Comunista de um bairro oper rio alem o Em 1928 liderou um assalto pris o de Moabit para libertar Otto Braum Nessa poca come ou a ser perseguida pela pol cia alem Viajou clandestinamente para Moscou onde com 20 anos tornou se dirigente da Internacional Comunista da juventude No final de 1934 recebeu a tarefa da Internacional Comunista de acompanhar a viagem de volta de Luiz Carlos Prestes ao Brasil cuidando de sua seguran a Tornou se companheira de Prestes e com a derrota da ANL foi presa com ele Gr vida foi uma imagem que tornou seu nome conhecido em meio a variadas lutas de car ter libertador Uma imagem que ultrapassava a de um homem comum G nio militar e g nio matem tico o primeiro de seu povo cora o de a o condutor e guia foi sempre em todos os momentos o mais doce o mais bondoso o mais amigo de todos os homens 9 O ano de 1945 marcou uma profunda mudan a na imagem pol tica de Prestes Se at esse ano seu mito f ra constru do por hist rias e relatos da poca da Coluna Prestes a partir desse mesmo ano foi somado sua imagem uma campanha numerosa de exalta o e de culto sua personalidade por parte dos dirigentes dos partid rios e dos ve culos de comunica o do PCB De acordo com Berenice Cavalcante existe uma consider vel diferen a da imagem popular que o mesmo possu a enquanto um militar rebelde para a nova condi o de lideran a do PCB que assumiu ap s 1945 Deve ser observado que no per odo de redemocratiza o foi empreendida a tentativa de se construir um novo tipo de partido onde o nome de Prestes e sua pessoa cercaram se da m stica de um homem excepcional gerando uma situa o singular que ainda n o f ra vivida por nenhum de seus antecessores no partido 10 O terceiro conjunto inclui vinte e um 21 folhetos com detalhamentos sobre o ser comunista e as principais tarefas do partido No total este terceiro grupo est constitu do por quest es da pol tica interna brasileira como os latif ndios e a desigualdade na distribui o de terras como um dos fatores respons veis pela pobreza do Brasil nesse sentido era refor ada a tese da necessidade da reforma agr ria Ainda em rela o a este grupo de folhetos tr s 3 enfatizam o momento de legalidade do Partido obtida atrav s do fim do Estado Novo em 1945 ligando se s tarefas relativas s elei es de 1946 onde o PCB participaria pela primeira vez em sua hist ria assumindo sua legenda Al m das tarefas em rela o pol tica brasileira os militantes eram informados e conclamados a lutar ao lado da Uni o Sovi tica nas Campanhas pela Paz iniciadas por St lin ap s o fim da II Guerra Mundial representada atrav s de seis 6 folhetos extraditada para a Alemanha pelo governo Vargas principalmente por ser judia e comunista Neste pa s teve sua filha e em 1942 morreu em um campo de concentra o Fernando Morais Olga S o Paulo Companhia das Letras 1993 9Jorge Amado O Cavaleiro da Esperan a Rio de Janeiro Record 1987 p 161 10Berenice de Oliveira Cavalcante Certezas e ilus es os comunistas e a redemocratiza o da sociedade brasileira Rio de Janeiro Tempo Brasileiro Niter i EDUFF 1986 p 180 Por fim existe um conjunto formado por nove 9 folhetos que t m por tema refer ncias atua o e aos modelos comunistas de congressos e partidos latino americanos e europeus importante ressaltarmos o papel pedag gico dos folhetos11 no contexto da circula o das id ias comunistas Pelo fato de serem pequenos terem uma linguagem popular e um pre o mais acess vel eles tornaram se mais difundidos e lidos por parte dos militantes e simpatizantes do partido do que os livros Com rela o aos principais livros que circularam entre os comunistas brasileiros foram analisados trinta e seis 36 12 seguindo a mesma proposta dos folhetos numa delimita o que vai da edi o do mais antigo at 1958 Os livros de uma maneira geral tratam dos mesmos temas dos folhetos relativos a quest es te ricas e obras da literatura russa de autoria de escritores de esquerda Os poucos livros relativos ao Brasil em um total de nove 9 atestam que os militantes careciam de obras sobre a realidade brasileira como j denunciaram v rios estudiosos e v rios militantes em suas mem rias 13 Dos trinta e seis 36 livros selecionados que se enquadraram nos limites do tema proposto vinte e sete 27 desse ltimo conjunto tem alguma liga o com a Uni o Sovi tica tratando de sua economia sua hist ria e educa o al m de cl ssicos escritos por atores da revolu o de 1917 L nin Trotsky e St lin Tal fato demonstra como era forte a influ ncia da literatura sovi tica entre os militantes do PCB bem como era bastante estudada a realidade russa demonstrando o peso e o papel exercido pela revolu o e pelo Estado sovi tico Em grande parte desses livros era trabalhada a quest o da constru o de uma verdadeira moral comunista lan ada como uma constante preocupa o desde proclama es feitas pelos l deres da revolu o de 1917 L nin e St lin chefes do Partido bolchevique e do povo sovi tico sempre dedicaram uma enorme aten o aos problemas relativos forma o da moral comunista 14 11 Publica o n o peri dica de poucas folhas com capa de papel Aur lio Buarque de Holanda Op cit p 225 12 Os mesmos fazem parte do cat logo de livros apreendidos pela Pol cia Pol tica entre os anos de 1933 e 1983 Arquivo P blico do Estado do Rio de Janeiro 2001 Vale ressaltar que a maior parte da referida listagem composta por livros editados a partir de 1970 englobando diferentes reas do conhecimento principalmente sobre Hist ria Economia e Ci ncias Sociais 13 Veja se por exemplo Le ncio Babaum Uma Vida em Seis Tempo S o Paulo Alfa Omega 1976 14N Boldyriev A forma o da moral comunista Rio de Janeiro Vit ria 1952 p 5 Em meio aos trabalhos direcionados a esse fim observam se escritos sobre as tarefas e os princ pios b sicos de forma o dessa moral como ve culo principal para a educa o da jovem gera o Em seus artigos e principalmente nos discursos por eles realizados L nin e St lin consideravam a moral comunista como o conjunto de normas e regras que determinavam a conduta dos homens construtores do comunismo Tais normas e regras deveriam ser um guia para a a o tanto das lideran as sovi ticas quanto dos representantes da vanguarda dos trabalhadores de todo mundo que lutavam contra os exploradores 15 Em seus textos eles consideravam a moral como uma das formas de consci ncia social surgida no processo da atividade produtiva e do trabalho dos homens na sociedade constituindo acima de tudo um fen meno social na medida em que as normas de conduta podem ser consideradas como n o possuindo nenhum v nculo com as particularidades biol gicas do homem mas nascendo das condi es de sua vida em sociedade De acordo com essa linha de pensamento elaborada de acordo com os princ pios marxista leninistas stalinistas o direito a filosofia e a religi o exerciam influ ncia sobre a forma o e o desenvolvimento da moral embora sua progress o e as modifica es de seus preceitos b sicos dependessem essencialmente das condi es materiais da sociedade e da modifica o de suas rela es econ micas Em discurso realizado no III Congresso do Komsomol16 L nin dirigiu apelo juventude sovi tica para que esta seguisse os princ pios da moral comunista constitu dos por algumas a es e comportamentos b sicos 17 Uma educa o de amor P tria e ao povo Em outras palavras uma educa o voltada para o patriotismo e o orgulho nacional sovi ticos O respeito aos trabalhadores de todas as nacionalidades e aos direitos e liberdade dos povos de todos os pa ses Uma educa o de dio aos inimigos do povo aos inimigos da paz e da democracia Uma educa o de fidelidade aos princ pios bolchevistas Uma educa o da coragem na luta pelo comunismo Uma educa o balizada na disciplina e no esp rito organizativo Uma educa o cujo objetivo b sico fosse uma atitude nova comunista em rela o ao trabalho e propriedade nacional A educa o do humanismo socialista do otimismo do entusiasmo e da alegria de viver A educa o do coletivismo da amizade e do esp rito da camaradagem A educa o da mod stia da honestidade e da sinceridade 15N Boldyriev Op cit p 6 16 Uni o das juventudes Comunistas Leninistas da URSS 17 N Boldyriev Op cit p 22 e 23 Dentre os livros apreendidos encontra se o de Kal nin18 uma esp cie de manual sobre a educa o sovi tica e a constru o da moral comunista Seus artigos ressaltam que para os dirigentes sovi ticos a educa o moldaria o car ter do novo homem que teria a tarefa de levar adiante a edifica o do socialismo O princ pio b sico que esse novo homem deveria seguir seria o conhecimento sistem tico do marxismo e principalmente sua aplica o pr tica Nos discursos e artigos constru dos tamb m era enfatizado que ser marxista n o significava apenas ler e estudar L nin Marx Engels e Plekh nov Embora fosse essencial ler estes autores era indispens vel contextualiz los marcha hist rica dos acontecimentos pois a melhor maneira de se comprovar o que era o marxismo seria viv lo na pr tica como afirma Kal nin para ser marxista preciso impregnar a teoria de vida preciso vincular o trabalho cotidiano teoria Ser marxista ser criador 19 Outros aspectos eram ainda destacados como elementos formadores desta mesma educa o com destaque ao esporte e ao manejo das armas Com rela o ao primeiro o novo homem comunista deveria se desenvolver em v rias modalidades esportivas sabendo correr nadar e marchar com rapidez para que todos os seus rg os funcionassem da melhor maneira poss vel tornando os aptos para o trabalho e para a luta auxiliando os ainda no desenvolvimento de suas tarefas mentais A utiliza o de armas p r outro lado era considerada uma necessidade devido ao grande n mero dos inimigos existentes 20 A literatura e a arte tamb m desempenhavam um papel de importante significa o na constru o da moral da juventude e do homem sovi tico Nas obras dos grandes escritores sovi ticos seriam buscadas suas qualidades de ardentes patriotas Livros do g nero de A jovem guarda de A Fadei Assim se forjou o a o de N Ostrovski
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